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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°79 - MARÇO DE 2004

Móveis e Tecnologia

Móvel brasileiro em evolução

Nas últimas décadas, a indústria mundial de móveis tem passado por mudanças importantes em seu processo de produção, principalmente através da introdução de novas tecnologias. A produção artesanal e verticalizada foi substituída por uma produção especializada em linhas específicas de produtos. Hoje em dia, uma grande parcela desta indústria dedica-se a produzir commodities, ou seja, produtos padronizados, em que a concorrência é determinada pelo preço. O principal segmento exportador da indústria brasileira de móveis aproxima-se deste padrão.

O processo de globalização e a abertura econômica expôs a indústria moveleira brasileira à concorrência dos produtos importados.

Em relação à última década, a indústria brasileira de móveis apresenta hoje uma realidade totalmente diferente. As empresas se modernizaram, substituíram equipamentos, atualizaram seus desenhos, investiram em treinamento, qualidade, produtividade e planejamento industrial. O crescimento das nossas exportações obrigou a indústria a se reequipar no mercado internacional com máquinas e equipamentos de última geração, para garantia da qualidade dos seus produtos e de maiores escalas de produção.

O Brasil é um país continental, com reservas florestais imensas. Conta com possibilidades inimagináveis de desenvolver florestas, remanejá-las e mantê-las. As pesquisas com madeiras alternativas para fabricação de móveis estão muito adiantadas. O Pinus já é uma realidade na fabricação de um bom móvel, e as novas tecnologias empregadas na produção do eucalipto tornam viável sua utilização na indústria moveleira. Há uma grande quantidade de madeiras alternativas a serem pesquisadas e difundidas, e cada vez mais o aglomerado se impõe como matéria-prima de primeira grandeza.

O Brasil, com sua fonte quase inesgotável de matéria-prima, mão-de-obra disponível e uma indústria adequada reúne o que chamaríamos de talento natural para a fabricação do mobiliário. As empresas moveleiras são familiares, tradicionais, de capital nacional, caracterizando-se principalmente por três aspectos, comuns em todos os países:

- elevado número de micro e pequenas empresas em um setor de capital nacional;-

- grande absorção de mão-de-obra;

- tecnologia média.

O faturamento da indústria nacional de móveis totalizou US$ 8,8 bilhões em 2000, US$ 9,7 bilhões em 2001 e US$ 10,3 bilhões em 2002, sendo que 60% referem-se a móveis residenciais, 25% a móveis de escritório e 15% a móveis institucionais, escolares, médico-hospitalares, móveis para restaurantes, hotéis e similares.

Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondem por cerca de 82% da produção nacional, sendo que somente São Paulo e Rio Grande do Sul, representam, respectivamente, 42% e 18%.

Assim como o faturamento, as exportações do setor moveleiro também apresentam evolução. Em 2002 totalizaram US$ 561, 2 milhões, evoluindo para US$ 703, 4 milhões em 2003, um crescimento de 25%, segundo o Portal Remade.

Embora a indústria de móveis da Bahia seja a mais antiga se comparada com os principais pólos moveleiros do país, atualmente o seu parque de empresas é relativamente jovem, com uma idade média de dez anos, sendo que quase 50% dos 109 estabelecimentos recenseados em estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) surgiram a partir da década de 80.

A participação da Bahia é de 1,2%, ocupando a 11ª posição no ranking nacional e a 8ª no segmento de móveis de metais. O Estado possui espécies representativas no segmento, bem como o jacarandá-da-bahia, usado para a fabricação de móveis de luxo.



Características do jacarandá-da-bahia

Dalbergia nigra - árvore da família leguminosae-papilionoideae

Nomes populares: jacarandá-da-bahia, jacarandá-preto, caviúna, cabiúna, cabiúna-rajada, cabiúna-do-mato, graúna, caviúno, jacarandá, jacarandá-cabiúna, jacarandá-caviúna, jacarandá-una, pau-preto, jacarandazinho.

Características morfológicas: Altura de 15-25 metros, com tronco de 40-80 cm de diâmetro. Folhas compostas pinada de 5-8 cm de comprimento, com 11-17 folíolos glabrescentes de 12-15 mm de comprimento.

Ocorrência: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, na floresta pluvial atlântica.

Madeira: Moderadamente pesada (densidade 0,87 g/cm3), bastante decorativa, muito resistente, de longa durabilidade natural.

Utilidade: A madeira é própria para mobiliário de luxo, sendo mundialmente conhecido seu emprego na construção de piano; empregada também para acabamentos internos em construção civil, como lambris, molduras, portas, rodapés, para folhas faqueadas decorativas, revestimento de móveis, caixas de rádios e televisões, peças torneadas, instrumentos musicais, etc. A árvore é muito ornamental, principalmente pela folhagem delicada e forma aberta de sua copa; é largamente empregada no paisagismo em geral. Como planta rústica e adaptada a terrenos secos, é ótima para plantios mistos em terrenos degradados de preservação permanente.

Informações ecológicas: Planta decídua, heliófita, seletiva xerófita, característica da floresta pluvial da encosta atlântica. Ocorre principalmente nas encostas bem drenadas, sendo encontrada tanto no interior da mata primária densa como nas formações secundárias; apresenta caráter pioneiro, ocorrendo inclusive em cortes de barrancos. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis e é capaz de regenerar também a partir de raízes.

Fenologia: Floresce durante os meses de setembro-novembro. A maturação dos frutos ocorre nos meses de agosto-setembro.